
BILHETES DE UM ANÔNIMO
- casalsiri
- 28 de ago.
- 8 min de leitura
Um estranho bilhete desperta o desejo oculto de ser desejada… e compartilhada.
As palavras que despertam
Foi numa tarde comum, dessas em que o calor pede preguiça e o vento brinca com as folhas da calçada, que decidi começar um jogo. Um jogo feito de papel, tinta e desejo. Comecei a escrever bilhetes para a Priscila — minha esposa, minha fantasia diária. Frases sensuais, pequenas provocações, devaneios eróticos rabiscados com carinho e luxúria, dobrados e deixados dentro da caixa de correio.
Ela recolhia os envelopes ao fim do dia e os lia comigo na cama. Às vezes deitava de bruços, balançando os pés no ar, e lia em voz alta. Outras, apenas sorria, olhava pra mim por cima do papel, e a noite virava uma explosão de gemidos, toques e vontades realizadas.
Mas naquele dia… algo mudou.
O bilhete desconhecido
Ela estava nua sob os lençóis, cabelos soltos e olhar ainda sonolento quando pegou o maço de envelopes. Começou a ler meus bilhetes como de costume — um sobre o quanto amava seu cheiro depois do banho, outro descrevendo o que faria com ela se a pegasse se masturbando na varanda, e mais um onde eu detalhava minha fantasia de vê-la sendo tocada por outra mulher.
Mas o quarto ficou em silêncio quando ela abriu um pequeno bilhete azul-claro, dobrado de forma diferente. Eu notei no mesmo instante. Aquilo não era meu.
Priscila leu em silêncio.
Então, ergueu o olhar devagar, e com um sorriso que mais parecia um arrepio materializado, falou:
— Amor… esse aqui não foi você, né?
Neguei com a cabeça, sentindo uma fisgada gelada no estômago — e outra quente, na base do ventre.
Ela entregou o bilhete. Era curto:
“Se eu fosse teu marido, não deixaria você sair de casa. Te amaria até você implorar por ar. Te observo. E cada gesto teu me enlouquece.”
Assinado apenas com uma letra: “X”
Tesão e invasão
Houve um silêncio estranho entre nós. A princípio, preocupação. Quem tinha escrito aquilo? Um vizinho? Um desconhecido? Alguém que sabia do nosso joguinho de bilhetes?
Mas então vi… o brilho nos olhos dela.
Não era medo.
Era vaidade inflamada.
Era tesão.
E antes que eu dissesse qualquer coisa, Priscila subiu em cima de mim, nua, olhos famintos.
— Amor… você também sentiu isso?
— Isso o quê? — perguntei, mesmo já sabendo.
Ela mordeu o lábio, esfregando-se contra mim.
— O gosto de ser desejada.
— Você é minha mulher.
— E mesmo assim, alguém está de pau duro pensando em mim. Isso não te excita?
Eu não consegui responder. Só empurrei o lençol, revelando minha ereção. Ela sorriu e se encaixou, cavalgando devagar, como se cada rebolada fosse um “obrigada” silencioso ao autor anônimo do bilhete.
O quarto ficou tomado por gemidos abafados, beijos molhados, e a sensação de que alguém… talvez… estivesse nos ouvindo.
As entrelinhas do prazer
Nos dias que se seguiram, continuei deixando os meus bilhetes. Mas agora com um toque a mais. Uma provocação, uma suspeita, um convite velado.
E não demorou para mais um surgir que não era meu.
Outro bilhete da tal “X.”
Dessa vez, mais ousado:
“Ontem, você estava de calcinha branca. Você rebola quando vai até a caixa. Eu vi. E gozei pensando em você.”
Priscila leu esse em silêncio. Depois, tirou a calcinha e jogou em cima do meu peito.
— Quer cheirar como ele? Ou prefere ver onde ela estava enquanto ele se masturbava?
Ela me montou novamente, dessa vez mais bruta, mais entregue. E eu…
Eu não sabia se estava sendo cúmplice de um jogo de voyeurismo, se tinha um terceiro nos observando, ou se minha própria mulher tinha arquitetado tudo para nos enlouquecer.
Mas seja como for…
Nunca transei com ela com tanto desejo quanto nesses dias.
A caixa dos segredos
Hoje, quando vou até a caixa de correio, não sei mais quem escreveu o quê.
Nem me importo.
Se foi ela que inventou essa “X”…
Ou se há mesmo alguém lá fora, com olhos fixos na minha mulher e mãos ocupadas debaixo das calças…
Tudo que sei é que cada bilhete agora é um convite.
E a Priscila?
Ela se tornou ainda mais minha…
…quanto mais percebo que outros também a querem.
E isso, curiosamente, me faz amá-la ainda mais.
E desejá-la como se fosse proibida.
Os bilhetes continuam… e agora pedem resposta.
O novo tom
Na manhã seguinte, quando cheguei da padaria com pão quente e um café nas mãos, encontrei Priscila na varanda. Usava apenas uma camiseta fina — uma das minhas — e estava parada, imóvel, com um envelope branco nas mãos.
Ela não disse nada. Só me entregou o papel, os olhos em chamas.
*“Você sabe que eu não sou o único que te observa, né?
Sabe que tem algo no jeito como você se espreguiça na cama, como caminha nua pela casa, como lambe os dedos depois de comer alguma coisa…
Eu vejo. E quero.
Se quiser me provocar, vista vermelho amanhã.
– X.”*
Levantei os olhos para ela, que abriu um sorriso preguiçoso e provocante.
— Vai deixar? — ela perguntou.
— Deixar o quê?
— Ele continuar escrevendo.
Engoli seco.
— Não sei se é ele que precisa de permissão… ou se é você que está gostando demais.
Ela riu. Depois me beijou com a língua, me empurrou contra a parede da sala e tirou a camiseta, deixando os seios à mostra.
— Amanhã eu vou usar vermelho. Só vermelho.
Exibida por prazer
O dia seguinte foi um espetáculo. Priscila se vestiu devagar, na frente da janela. Uma calcinha vermelha mínima, rendada, e um robe claro, quase transparente. Preparou o café de propósito em frente à janela, se abaixando várias vezes. Passava a língua nos lábios. Sentava com as pernas abertas.
E eu?
Acompanhava tudo, entre o ciúmes e o tesão. Masturbando-me atrás da cortina da sala, enquanto ela encenava.
No fim da tarde, mais um bilhete apareceu na caixa.
*“Hoje eu gozei duas vezes. Uma quando você se abaixou. Outra quando vi ele olhando tudo, com os olhos ardendo.
Quero ver vocês se tocarem para mim.
Deixem a cortina aberta hoje à noite.
– X.”*
Cortinas abertas
Eu li o bilhete. Ela estava sentada no sofá, de pernas cruzadas, só com uma toalha molhada cobrindo as coxas. Leu comigo, e então me encarou em silêncio. O rubor no rosto, os mamilos rijos por debaixo da toalha, a respiração acelerada.
— E aí? Vai abrir a cortina?
— Você quer isso?
Ela não respondeu. Apenas afastou a toalha, revelando a buceta já molhada. A provocação estava nela inteira — nos gestos lentos, no olhar lascivo, na forma como a ponta da língua umedeceu os lábios.
Minutos depois, o quarto estava iluminado, a cortina aberta, e o mundo do lado de fora se tornava cúmplice.
Ela se ajoelhou diante de mim na cama, nua, cabelos soltos caindo sobre os ombros e o olhar fixo na janela.
— Ele está vendo?
— Talvez. — respondi, arfando.
— Então vou dar um presente pra ele… — sussurrou, com um sorriso diabólico.
Sem tirar os olhos da janela, ela segurou meu pau com firmeza e começou a beijá-lo com carinho. Primeiro a ponta, com lábios fechados e respiração quente. Depois, passou a língua devagar pela lateral do meu membro, como se estivesse lambendo sorvete, prolongando cada movimento, estalando a boca com sons que enchiam o quarto.
— Você acha que ele está se tocando vendo isso? — sussurrou, antes de abocanhar a cabeça do meu pau e me olhar de baixo, com os olhos úmidos e famintos.
— Eu espero que sim — respondi, enterrando a mão em seus cabelos.
Ela riu. Depois afundou a boca inteira, engolindo cada centímetro até a garganta, gemendo baixo enquanto me chupava com vontade. Repetia o movimento lento, depois acelerava, me provocando, cuspindo saliva, deixando fios escorrerem do canto da boca enquanto revezava o boquete com masturbação firme e ritmada.
— Mostra pra ele o quanto você sabe o que faz… — murmurei.
Ela tirou a boca com um estalo, lambeu os lábios, e disse:
— Eu adoro te chupar, amor… mas saber que tem alguém olhando… alguém que quer isso também… me deixa molhada demais.
Voltou a me chupar com mais intensidade, gemendo como se estivesse sendo penetrada. Rebolava no ar, esfregando a própria buceta com a mão livre enquanto se deliciava no meu pau.
Eu não ia resisti por muito tempo. Tirou a boca da minha rola lentamente, olhando direto para a janela.
— Isso foi pra você, “X.” — disse, com um sorriso safado, limpando a boca com as costas da mão.
Depois se deitou na cama, abrindo as pernas para mim.
— Agora vem. Me fode com força. Quero que ele ouça meus gemidos do lado de fora.
E foi o que fiz. Enterrei-me nela sem dó, cada estocada como um grito contra a janela aberta. Ela gemia alto, se exibindo sem pudor. Eu também grunhia, num misto de posse e entrega.
E por fim, quando gozei dentro dela, olhei direto para a janela.
Lá fora, entre sombras e janelas escuras, vi algo. Ou alguém. Uma silhueta imóvel, como um vulto preso entre o desejo e a loucura.
A resposta
Na manhã seguinte, foi Priscila quem escreveu um bilhete.
Pegou um pedaço do meu papel e escreveu com sua própria caligrafia, firme, decidida, como se aquela fosse a resposta a uma carta de amor antiga — ou uma ordem de guerra.
“Pode nos assistir.
Mas saiba: cada gozada nossa agora é compartilhada com você.”
Ela dobrou o papel com um cuidado quase sagrado e o deixou na caixinha. Mas não à noite — pela manhã, como um convite à luz do dia, como quem desafia: se você é corajoso, venha ver com a luz acesa.
Passamos o dia numa expectativa silenciosa. Ela se vestiu provocante mesmo para ficar em casa: top justo sem sutiã, shortinho jeans tão curto que metade da bunda escapava. Caminhava descalça, se espreguiçava de propósito, e toda vez que passava perto da janela, o fazia mais devagar, de lado, com os seios estufando a blusa.
No fim da tarde, o calor era sufocante. Priscila tirou o top e ficou apenas com o shortinho. Pegou uma cerveja e foi pra varanda, os cabelos presos num coque malfeito e os peitos siliconados expostos ao ar quente. Sentou-se com os pés sobre o parapeito, como se estivesse sozinha no mundo.
Eu a observava da porta. E então vi.
Um clarão. Rápido. Um flash.
Vinha do prédio em frente, janela do terceiro andar.
Priscila piscou, franzindo a testa.
Outro flash.
Agora nítido.
Ela virou o rosto pra mim, olhos arregalados… e um sorriso crescente nos lábios.
— Você viu isso?
— Vi.
— Ele tirou uma foto minha. — ela disse quase rindo, com um tom entre surpresa e vaidade.
Ela então se levantou lentamente, de forma quase teatral. De frente pra janela, ergueu os braços, exibindo os seios com orgulho. Deu dois passos à frente, segurou os próprios seios com as mãos, os apertou e os ergueu para o possível espectador.
— Quer mais uma? — disse, em voz alta, mesmo sabendo que ele não poderia ouvir.
Outro flash.
Ela mordeu o lábio e sussurrou pra mim:
— Tô molhada com isso. Muito.
Entramos juntos. No caminho até o quarto, ela tirou o short, deixando a buceta completamente à mostra. Olhou mais uma vez pela janela e falou com naturalidade:
— Ele vai bater uma pra essas fotos. E sabe o que me excita mais? Saber que ele nem imagina o gosto que meus peitos têm… mas você sabe.
Me jogou na cama e subiu em cima de mim com sede.
Me montou devagar, me cavalgando com a excitação de quem é observada, desejada, fotografada. Os seios saltavam a cada movimento, e ela mesma os segurava como se oferecesse ao outro lado do prédio. Gemia alto. Cada vez mais alto.
E eu… eu já não sabia mais se estávamos transando entre quatro paredes ou se era uma performance para o prazer de um terceiro — um estranho silencioso, mas presente.
O quarto era um palco. E ela, minha mulher, se tornava estrela de um espetáculo secreto e proibido.
O bilhete seguinte
*“Hoje, deixem a porta da varanda destrancada.
Só por cinco minutos.
Não vou tocar.
Só quero ouvir vocês gemendo bem de perto.
– X.”*



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