
CONVITE CARIOCA
- casalsiri
- 30 de ago.
- 4 min de leitura
Exibida demais pra ser inocente. Safada demais pra confessar.
O convite impossível de negar
A mensagem chegou enquanto a gente jantava. Priscila leu e, sem esconder nada, virou o celular pra mim. Era sua amiga do Rio de Janeiro:
“Hoje tem baile de verdade. Proibidão, sem censura.
Traz tua sensualidade pra rua.
Te quero vadia do meu lado.”
Ela mordeu o canto do lábio. Estava descalça, só de shortinho jeans e regata fina. Sem sutiã.
— Amor… me deixa ir? Juro que não vou fazer nada. Só quero dançar, provocar… ser olhada, desejada, babada. Ser a vadia que ninguém pode tocar. Só olhar.
Meu coração apertou. Meu pau também.
— Vai. Mas grava. Quero ver cada olhar em cima de você.
Ela sorriu como quem já sabia que ia muito além do “só dançar”.
A chegada ao inferno quente
O vídeo que recebi às 23:37 mostrava Priscila e a Carioca subindo uma viela estreita, com a favela viva em cada canto: luzes piscando, motos passando, o som do funk batendo forte nas caixas de som de um galpão aberto.
🎶 “Se ela rebola assim, a tropa pira…” 🎶
No story seguinte, estavam dentro. A pista fervia. Corpos se esfregando. Homens com fuzis encostados nas paredes, bebendo cerveja e destilados com energético, com correntes douradas e óculos escuros mesmo de madrugada. Mulheres quase nuas dançavam como se o mundo fosse acabar ali mesmo.
Priscila e a miga, quase iguais propositadamente, usavam um vestido justo, estampa de oncinha, que mal cobria a bunda. Sem calcinha. Sem vergonha.
Ela mostrou o próprio corpo em selfie: bico do peito marcando, suor escorrendo entre os seios. Depois virou a câmera: A amiga a empurrava contra um dos paredões de som, fazendo-a rebolar de costas pros olhares da multidão.
Um dos vídeos vinha com legenda:
“Hoje eu sou só olhar… mas será que aguento?”
Bebidas, Roçadas, e o Limite da Provocação
Os vídeos seguintes foram ficando mais ousados. Num deles, um homem serve catuaba diretamente na boca de Priscila, segurando o gargalo com uma mão e a cintura dela com a outra. Ela deixa escorrer, lambe os lábios. Geme pra câmera.
— Já tô ficando bêbada… e tão olhando pra minha bunda como se quisessem rasgar ela aqui mesmo.
Ela ri. Depois suspira.
Noutro vídeo, ela está dançando com a Carioca no meio de um grupo de cinco homens armados.
Um deles encosta o quadril atrás dela, a arma roçando sua coxa.
Outro segura o celular e foca no rebolado.
Ela joga os braços pra cima. Levanta o vestido até metade da bunda.
Mostra que tá nua por baixo.
Abre as pernas. Dança rebolando no ar, simulando sentadas.
O áudio registra um deles sussurrando:
— Essa aí vai sair grávida de olhar…
Priscila responde, quase gemendo:
— Só pode olhar. Mas olha bem…
No auge do baile
Um vídeo mais tremido mostra ela dançando de quatro sobre uma caixa de som, no centro da roda. Um homem joga gelo derretido entre as costas dela. Outro assopra na nuca. Ela se arreia no beat, os seios pulando pra fora do vestido.
Vários gritam. Aplaudem. Jogam catuaba na bunda dela.
Ela dança até cair de joelhos. Uma mão — que não era da amiga — a levanta. A outra mão alisa sua coxa. Ela não afasta. Só fecha os olhos.
O vídeo para ali.
Mas a legenda… a legenda vinha com uma frase ambígua:
“Parei? Talvez. Mas voltei. E agora ninguém vai esquecer.”
O retorno e o cheiro da culpa
Ela voltou às 4h58. Torta. Os olhos vermelhos. A maquiagem escorrida.
Entrou descalça. O vestido sujo de bebida e poeira.
O rosto ainda quente, o corpo ainda dançando, mesmo parado.
— Foi só dança, amor. Só provocação. Ninguém me encostou. Só olhares. Só gemidos à distância.
— E as marcas na tua coxa?
Ela olhou. Tocou com a ponta dos dedos.
— Me puxaram sem querer. Só na hora de dançar.
Fui até o banheiro depois. A roupa dela estava jogada. O vestido, encharcado de suor. Peguei o fundo.
Tinha cheiro de gozo.
Não fraco. Gozo misturado com bebida e cigarro.
Ela não usava calcinha. Nada que pudesse esconder qualquer líquido estranho.
— Te encoxaram forte?
— Nada demais. Foi só dança colada.
— Mas tua coxa tá com marcas de dedos.*
Ela hesitou.
— Devem ser da minha amiga…
Ficamos em silêncio.
Ela foi se deitar. Fiquei observando seu corpo nu sob a luz fraca.
— Tá me julgando pelo olhar? — ela perguntou.
— Tô tentando entender se teu olhar ainda é meu.
Ela sorriu.
— Meu olhar é teu. Mas os olhares deles me comeram inteira.
E… talvez só isso já tenha me feito gozar.
O que ela fez, exatamente?
Ela permitiu? Foi comida? Ou só se deu inteira nos olhos e gemidos?
Ela olhou pra mim com um sorriso leve.
— Quer me comer agora? Tô toda molhada… só de lembrar do baile.
Meti nela. Gozei rápido. Mas a dúvida ficou ali. Ardendo.
Ela foi fodida?
Talvez não.
Mas a culpa escorrendo do corpo dela… era mais molhada que gozo.
Ela dormiu com um sorriso no rosto.
Eu fiquei acordado, cheirando o vestido, buscando verdades nas manchas.
E talvez… gostando de não saber.



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