
DAMA DA ESPADA
- casalsiri
- 30 de ago.
- 4 min de leitura
Prólogo — um convite elegante demais
Recebi o convite em um envelope preto selado com cera dourada. “Estreia exclusiva. Uma experiência imersiva. Apenas para convidados.” A peça: A Dama de Espadas.
Priscila, minha esposa, seria a protagonista. Ela não me deu detalhes. Só um sorriso curioso ao dizer:
— Este papel exige coragem. E confiança.
Achei que fosse apenas figura de linguagem teatral. Mas quando entrei naquele pequeno teatro subterrâneo, descobri que o espetáculo seria algo muito mais íntimo… e provocador do que eu poderia imaginar.
Ato I — a chegada da dama
O teatro parecia uma masmorra de pedra medieval. Havia tochas de verdade, um trono de ferro no centro, e músicos com trajes de época tocando um alaúde melancólico. A luz era baixa. A tensão, quase palpável.
A peça começou com Priscila entrando vestida em um longo vestido branco e dourado, com o tecido justo demais para ser puritano. Seu olhar era frio, altivo. Ela falava com a autoridade de uma rainha:
— Nascida sob a espada. Criada sob os lençóis. Tomarei o que é meu. E não dividirei o prazer com os fracos.
A plateia estava em silêncio reverente. Todos sabiam o que viria. Todos… menos eu.
Ato II — o desafio dos pretendentes
Três homens entraram em cena: um duque, um guerreiro bárbaro e um mago da corte. Todos se ajoelharam diante de Priscila, proclamando seus desejos e exigindo seu favor.
Ela riu. E declarou:
— Meu corpo será do mais forte. Do mais ousado. Do mais digno. Mostrem-me sua força… e sua fome.
Foi então que a peça explodiu em sensualidade coreografada com brutal beleza. Os três homens lutaram — com espadas de verdade, batendo com violência teatral e paixão. As lutas tinham pausas, e cada pausa era preenchida com sensualidade: o guerreiro beijava o pé de Priscila. O mago a acariciava enquanto entoava feitiços obscenos. O duque se deitava aos seus pés e lhe oferecia vinho derramado sobre o peito nu.
Ela os instigava com o olhar, atiçava suas vontades com palavras afiadas:
— Nenhum homem possui a rainha. Mas todos podem morrer por ela.
A plateia murmurou em expectativa, mas se calou no instante seguinte, quando o guerreiro se adiantou e retirou a armadura diante da rainha. Debaixo dela, não havia mais que uma túnica fina, já eriçada pela tensão do momento. Priscila não se moveu — apenas estendeu a mão.
Por fim, o guerreiro venceu. Não pela espada, mas por se ajoelhar, erguer Priscila nos braços e beijá-la com adoração crua. Ela aceitou. Permitiu que a deitasse no chão de pedras cobertas por peles.
Ali, ao vivo, diante da plateia, a nudez se transformou em ritual. Ele a penetrou, coreografadamente, simulado com perfeição. Os corpos se moviam como um único feitiço de prazer. Os gemidos dela, embora parte da encenação, eram tão reais que atravessaram minha pele. E ela me olhou. De novo. Apenas para mim.
O ator, agora, ajoelhado diante dela, ofegante. Ela acariciou seu rosto com dedos autoritários, depois deixou que a mão descesse pelo peito, pela barriga, até encontrar seu sexo sob a túnica. Ela o expôs ali, à frente de todos, sem pudor. Seu membro estava ereto, latejante.
E foi então que a rainha masturbou o guerreiro, diante da corte e da plateia, com movimentos firmes, ritmados e lentos. O público respirava em silêncio ritualístico, como se assistisse a um ato divino.
Priscila, com um olhar de domínio absoluto, sussurrou:
— Tua espada é valente…, mas tua rendição é o que me agrada.
O guerreiro gemeu, controlado, contido. Seu prazer era visível, mas não houve clímax — parte do ritual era conter o êxtase. Ela parou pouco antes, soltando-o com um leve tapa no membro.
— Só o vitorioso terá o direito de gozar — declarou, voltando ao trono.
O guerreiro se curvou mais uma vez, agora ofegante e reverente.
Ato III — o banquete e a batalha final
Após a união, a rainha — minha esposa — foi entronizada em um banquete lascivo. A mesa estava repleta de frutas, vinho e corpos seminus. Ela se sentou em um trono elevado, usando apenas uma coroa e uma cinta dourada nos quadris.
Vários nobres e cavaleiros disputaram seu toque. Um a um, se aproximaram, oferecendo línguas, dedos, devoção. A peça transformou-se em um balé de sexo simbólico. Cada homem se ajoelhava entre suas pernas, beijava sua pele como se fosse a última vez.
Mas no auge do banquete, o duque derrotado voltou à cena — coberto de sangue cenográfico e loucura. Ele a queria. Reclamava o direito de tomá-la à força. A tensão subiu. O guerreiro retornou. Houve nova luta, mais selvagem, mais suja, mais desesperada. A rainha apenas observava.
Quando o guerreiro venceu novamente cravando a espada no peito do rival, Priscila se levantou, completamente nua, e declarou:
— Meu corpo não pertence ao mais forte. Pertence a quem me vê por inteira.
E, então, apontou para mim. A plateia se virou. Eu senti a respiração de todos ao meu redor. Ela havia me escolhido, dentro do espetáculo. Seu verdadeiro rei.
Epílogo — no camarim, enfim só
Depois do fim da peça, corri pelos bastidores. Priscila estava sentada em frente ao espelho, de costas para mim, envolta apenas em um manto de veludo escarlate. Seu corpo ainda parecia em brasa.
Ela me viu no reflexo e sorriu com os lábios manchados de vinho.
— Você ficou. Assistiu a tudo.
— Cada segundo. — Eu mal reconhecia minha própria voz. — Eu nunca te desejei tanto.
Ela se levantou. O manto caiu aos pés. Estava nua, perfumada, gloriosa.
— Foi encenação — sussurrou, enquanto se aproximava. — Mas o que vem agora… é real.
Naquele camarim, eu a tomei como nunca. Com a intensidade de todos os olhares, de toda a plateia, ainda latejando na pele. Eu a penetrei contra a parede, a mão cobrindo sua boca para abafar os gemidos — não por pudor, mas por urgência. Nós éramos reis e rainhas da própria luxúria.
E naquela noite, entendi: ela me ofereceu algo muito além do sexo. Me ofereceu sua coragem. Sua arte. E, mesmo sendo desejada por todos… me escolheu para levá-la de volta para casa.



Comentários