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MONÓLOGO ÍNTIMO

Silêncio carregado de luxúria


Ela dorme.

E eu tô aqui, imóvel, sentado na beirada da cama, só olhando. A luz do abajur acesa por minha culpa — queria ver tudo. Queria que a sombra dançasse no corpo dela, que o brilho do suor secasse devagar nos relevos que eu conheço com a boca.


Ela tá deitada de lado, nua. Só o lençol amarrotado cobrindo a coxa esquerda, como se tivesse esquecido de se esconder. E que bom. Porque agora eu posso olhar. Admirar. Me perder.


A respiração dela é lenta. Os seios — os mais lindos seios, esculpido propositalmente para exibição — sobem e descem com uma beleza absurda. Os mamilos estão meio eriçados. Talvez pela brisa leve da janela, talvez por algum sonho sacana. Talvez porque o corpo dela nunca descansa por inteiro. Sempre está pronto. Sempre está carregado.


O corpo que me destrói


A pele… ah, a pele dela. Bronzeada, com as marquinhas de biquíni bem desenhadas. A linha do sutiã ali, certinha. O contraste entre o dourado queimado e o branco natural. E quele umbigo fundinho, convidativo. A barriguinha lisa, com aquela curvinha leve que enlouquece minha língua.


Me inclino um pouco mais.


Ali, entre as pernas, o prêmio. A buceta dela. Lisa. Impecável. Inchada de calor mesmo dormindo. Os grandes lábios fechadinhos, suaves, como uma boca muda chamando pela minha. Eu já conheço o gosto de cada dobra, cada vinco. Já me afoguei ali tantas vezes, e nunca é igual. Hoje tá com cheiro de sono, de pornografia em pausa.

E eu amo isso.


O cheiro da Priscila dormindo nua é meu perfume favorito. Mistura de sabonete, pele quente, restinho de lubrificante seco e gozo que vazou sem querer. O colchão já carrega o cheiro dela. E eu inspiro fundo. Encho os pulmões desse cheiro de mulher que me pertence.


Adoração silenciosa


A boca dela entreaberta. Os lábios carnudos, úmidos, tão macios que até dormir parece um convite. Me imagino deslizando o pau ali, devagar, só pela provocação. Não pra acordá-la. Só pra sentir.


Eu olho pros pés dela, até isso me excita. As unhas pintadas de vermelho. As pernas cruzadas numa posição que revela sem revelar, como se o corpo dela soubesse que eu tô olhando.

Ela mexe um pouco. Vira de costas.

Agora vejo a bunda. A deliciosa bunda que acaba com a minha paz. Redonda, marcada pela luz. Aquela covinha nas costas. As costas arqueadas. Eu já gozei só olhando isso antes. Hoje não vai ser diferente.


O instinto e o ritual


Eu não a toco. Ainda não. Eu só me masturbo. Lento. Com os olhos cravados nesse corpo. O som da punheta é abafado pelo silêncio. Me concentro no cheiro, na visão, no tesão de ver ela entregue, sem saber o que causa.


E enquanto a punheta aumenta, eu murmuro pra mim mesmo:


— Você nem sabe o que faz comigo, Priscila… você dorme, e eu viro bicho. Você respira e eu viro devoto. Se você soubesse o que faz com meu cérebro…


Meu gozo vem quente, feroz, espirrando em silêncio, só com o som do meu próprio gemido contido. Um gemido de amor, admiração, viciado.


Ela se mexe de novo. Um murmúrio leve, um sorriso inconsciente.


E eu me aproximo. Beijo devagar a curva da bunda dela.

— Dorme, meu amor. Só dorme.

Porque amanhã, quando acordar, vou te fazer tudo que pensei essa noite. E mais.

 
 
 

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