
O FETICHE DO NÃO-VISTO
- casalsiri
- 30 de ago.
- 4 min de leitura
“O que me enlouqueceu não foi o que senti… mas o que talvez nunca tenha visto.”
As regras do jogo
Ela chegou com aquela aura de mistério que sempre me deixava alerta. Um sorrisinho lateral, olhar penetrante e um pequeno saquinho de veludo nas mãos.
— Hoje você não vai ver nada. Não vai tocar. Só vai sentir.
— Sentir o quê?
— O que eu quiser que você sinta. E o que você imaginar que sentiu.
Topei. Éramos assim — provocadores, intensos, ousados. Mas naquela noite… havia algo diferente no ar. Algo que só entendi depois que a venda escureceu o mundo.
A cegueira do desejo
Deitei nu, braços abertos, o peito subindo e descendo com ansiedade. Priscila colocou a venda sobre meus olhos com calma. Em seguida, as algemas — um clique metálico em cada pulso.
Estava entregue.
Ela começou como sempre: beijos lentos, lambidas suaves, arranhões calculados. O cheiro da sua pele, misturado com perfume e luxúria, me invadiu. Senti sua boca descer pelo meu peito, pela barriga, até o começo do pau… e parou.
Ouvi passos.
Leves, mas não dela.
Meu corpo gelou, mas meu pau endureceu ainda mais.
Sons que não combinam
Ela voltou a subir em mim, cavalgando com firmeza. Eu gemia baixo, tenso. Cada estocada dela era um alívio e uma tortura, porque não conseguia me concentrar só nela. Ao fundo, ouvi algo. Um estalo. Um suspiro.
Depois… o som úmido de algo sendo chupado.
Minha respiração travou. O ritmo do quadril dela desacelerou, como se estivesse prestando atenção em outra coisa. Eu ouvi… ela gemendo baixo. Mas não era sobre mim. O som vinha do lado da cama, ou do pé dela. Não sei.
O colchão rangeu.
Ela estava em cima de mim, ainda. Mas então ouvi o som de lábios se chocando, um beijo molhado… e outro gemido — não o dela. Ou seria?
A venda me cegava. A dúvida me rasgava. Meu pau, duro dentro dela, parecia vibrar de raiva e tesão ao mesmo tempo.
Delírio ou verdade
Ela desceu do meu corpo e, por instantes, não senti nada. Só ouvi. Gemidos abafados. Uma sucção lenta, profunda. Como se ela estivesse com a boca em outro pau… ali, no quarto.
Minha mente se partiu. Eu tremia nas algemas, tentando convencer meu cérebro de que era imaginação. Um truque. Um áudio? Um teste?
Mas era a respiração dela. Eu a conhecia. E ela estava se deliciando com alguém.
Depois, silêncio
Senti apenas minha respiração pesada, o suor frio na testa, e o pau latejando, ansioso por qualquer toque. Então ela se aproximou outra vez. O colchão afundou suavemente e, segundos depois, senti a boca dela. Quente. Molhada. Faminta.
Ela me chupava com vontade, a língua rodando na glande, os lábios deslizando com perfeição. Gemeu baixinho, com a boca cheia, como fazia quando estava entregue ao prazer.
Mas… havia algo errado.
O ritmo do gemido. O balançar da cama. O som leve de pele batendo em pele, atrás dela.
Era como se, enquanto me chupava com fervor, Priscila estivesse sendo fodida por trás.
Parei de respirar. O estalo rítmico e baixinho não vinha de mim — vinha de trás dela, como se quadris estivessem se chocando contra suas nádegas tentando ocultar ao máximo o barulho, enquanto ela mantinha a boca em mim. E os gemidos… intensificaram.
Ela gemia com a boca em meu pau, e eu sentia sua garganta vibrando. Sua respiração acelerada, o modo como se afogava de tanto prazer. Seria excitação pela minha rigidez? Ou pelas estocadas que talvez estivesse recebendo ao mesmo tempo?
Meu corpo se tensionava inteiro. A venda parecia apertar mais. Quis ver. Quis saber. Mas tudo o que eu tinha eram sons. E a imagem que minha mente formava era mais obscena do que eu jamais ousaria imaginar.
Ela parou. Lambeu minha glande lentamente, uma última vez, como um selo.
E então, por alguns segundos, ouvi o que parecia ser o clímax dela. Um gemido arrastado, sincero, como se estivesse sendo invadida e consumida por outro corpo — um que não era o meu.
E eu, vendado, algemado, imóvel… fui o espectador cego da própria dúvida.
Ela subiu novamente
Até ela subir novamente em mim, com a buceta escorrendo como nunca, arfando, insaciável. Montou em mim com força, com pressa. Gozei dentro dela quase contra a vontade, sem entender o que estava sentindo. O prazer foi real. O resto… eu não sei.
Ela me soltou minutos depois. Ainda vendado, me abraçou. Estava quente, tremendo. Não disse nada. Só beijou meu peito e sussurrou:
— Você confiou em mim. Isso me deixou ainda mais molhada.
Tirou a venda.
O quarto estava vazio. Só nós dois.
Mas o cheiro era diferente. Um perfume que não era meu. E nem dela. Ou era?
O gosto da dúvida
Ela dormiu com um sorriso satisfeito, de costas pra mim.
Eu fiquei olhando pro teto.
Não vi nada. Não senti mais nenhuma outra presença além dela. Nenhuma voz, nenhum corpo estranho. Só sons… cheiros… e sensações que não sei se criei.
Talvez ela tenha me testado. Talvez tenha trazido outro homem. Talvez tenha chupado alguém a centímetros de mim enquanto me cavalgava, sabendo que eu não podia fazer nada além de ouvir.
Ou talvez…
Talvez eu só tenha deixado minha mente me foder mais do que ela jamais poderia.



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