top of page
Buscar

O RELÓGIO DA LUXÚRIA

Uma viagem no tempo pelo desejo


A descoberta


Foi em um antiquário perdido no centro velho da cidade que encontrei o relógio. Estava empoeirado, com mostradores dourados e inscrições em latim na parte de trás — Tempus libidinis. O dono do lugar parecia aliviado por se livrar dele. “Esse objeto tem… vontades próprias, cada ponteiro indica uma surpresa”, ele disse, enigmático, olhando por cima dos óculos.


Levei o artefato para casa, intrigado. Priscila achou lindo, embora um pouco sinistro. À noite, mexendo nos ponteiros — sem querer, girando-os para trás —, algo aconteceu: o quarto girou, a cama se dissolveu, e luzes antigas nos engoliram como uma explosão silenciosa de estrelas.


Quando abrimos os olhos, não estávamos mais em casa. Estávamos no passado. E algo em Priscila… havia mudado.


Ponteiro i: roma ardente – a devassidão de messalina


Ano 48 d.C. Roma. Os mármores eram quentes sob nossos pés descalços. Priscila — agora Messalina — usava uma túnica de linho tão fina que seus mamilos duros e aureolados escuros se desenhavam como se clamassem por culto. Os quadris largos balançavam quando ela caminhava, olhos lascivos como se tivesse bebido do vinho dos deuses.

Nos jardins imperiais, entre colunas e fontes de mármore, aguardava ninguém menos que Caio Sílio, o jovem senador que Messalina escolhera como amante. Quando Priscila o viu, seus olhos brilharam como os de uma loba diante da presa.


Ela caminhou até ele e, sem cerimônia, puxou-o pelo cinto. Rasgou-lhe a túnica como quem desfaz um embrulho sagrado. Sílio, surpreso, se deixou conduzir até um leito de almofadas, onde ela o empurrou e montou como imperatriz que toma posse do próprio império.


Cavalgou-o com selvageria. Seus quadris dançavam com domínio absoluto, os gemidos em latim ecoavam entre os ciprestes. — “Dominare me, Caio… impale me sicut victor.” Ela gozou forte, espremendo o senador com as coxas, enquanto soldados e escravas se tocavam, hipnotizados pela fúria sagrada da devassa Messalina.


Ponteiro ii: versalhes, sob o vestido de maria antonieta


1770. O cheiro era de pó de arroz e flores francesas. Estávamos no palácio de Versalhes. Priscila usava um vestido monumental, mas por baixo dele, estava completamente nua. Seu decote desafiava a moral e a monarquia.


Na sala de espelhos, aguardava um homem de presença hesitante e olhar faminto: Luís XVI, ainda jovem, ainda tímido, mas claramente encantado com a visão daquela mulher deslumbrante e ousada.


Ela o puxou com firmeza e o empurrou contra a chaise longue. — “Hoje, serei tua rainha de verdade”, disse em francês arrastado, enquanto se agachava sobre o rei e o libertava das roupas reais.


Montou-o com reverência e luxúria. O trono agora era seu ventre. Os dois se moviam em harmonia feroz, os sons do ato abafados apenas pelas palmas dos cortesãos excitados, pelas línguas que sugavam seios e pelos dedos que se enterravam em vulvas escondidas entre os babados da nobreza.


Priscila olhava nos olhos do rei com autoridade absoluta. — “Fais-moi jouir, mon roi… comme si c’était ton dernier souffle.” E ele obedeceu, até desfalecer de prazer.


Ponteiro iii: egito – o êxtase de cleópatra


Beira do Nilo. Véus, incenso e calor. Priscila era agora Cleópatra. O corpo nu reluzia com óleo perfumado. Mas quem se aproximava não era outro senão Júlio César, recém-chegado ao Egito, ainda coberto de poeira e poder romano.


Ela o recebeu como quem recebe um tesouro. — “Roma veio me conquistar? Pois então, sinta o que é ser conquistado”, sussurrou em egípcio, antes de deitar-se de costas e abrir as pernas com solenidade.


César ajoelhou-se e mergulhou entre suas coxas como um general em missão divina. Priscila segurou-o pelos cabelos, guiando sua língua com gemidos e ordens em voz baixa.

Quando ele a penetrou, ela gritou — não por dor, mas por realeza. Cavalgou-o como deusa, cada estocada um decreto. Os servos observavam, alguns se tocavam em silêncio, mas ninguém ousava interromper o acasalamento de dois impérios.


Ao final, ela cravou as unhas em seu peito e murmurou: — “E agora, César, sabes a quem pertence o mundo.”


Ponteiro iv: o boudoir da revolução – paris, 1968


O tempo rodou até as barricadas e boemias de maio de 68. O ar estava denso de fumaça, tinta e ideias. Priscila usava minissaia sem calcinha, blusa rasgada nos ombros, e os mamilos marcavam sob o tecido leve. Ela caminhava pelo ateliê de paredes rabiscadas com palavras como liberté, désir, révolte — seus olhos tinham a faísca da desobediência e da fome.


No canto, encostado em uma pilha de manifestos, estava Jean-Paul Sartre, com seus óculos grossos e a testa franzida, como se estivesse tentando entender o corpo dela como se fosse um texto inédito de Simone de Beauvoir. Mas quando Priscila ajoelhou-se à sua frente, não havia mais teoria, só carne e suor.


— “Hoje, você vai engasgar na própria liberdade”, ela disse, puxando o zíper de sua calça sem cerimônia.


O pau dele saltou ereto, duro apesar da idade e da filosofia. Priscila o encarou como quem contempla um microfone revolucionário. Envolveu-o com a mão primeiro, devagar, e depois com a boca — quente, úmida, impiedosa. Sartre arqueou-se para trás, os olhos girando sob as lentes. Ela o engolia até a base, os lábios pressionados, a língua rodando em círculos como um discurso que não tem fim.


Ele tentava dizer algo, talvez um pensamento profundo, mas só conseguia gemer. — “Putain… ta bouche est un manifeste…”


As mãos dela apertavam suas coxas, os olhos fixos nele enquanto sugava com fervor. À volta, artistas e ativistas se tocavam em silêncio, encantados. Um pintor ejaculou sobre a tela sem perceber. Uma estudante tirou a blusa, inspirada.


Sartre tremia, os dedos cravados no cabelo dela. Quando gozou, foi com um grunhido primal — não de filósofo, mas de animal. Priscila engoliu tudo, lambeu os últimos vestígios e então se levantou, limpando os lábios com o dorso da mão manchada de tinta.


— “Eis minha tese sobre o prazer, camarada.”


Ele sorriu, derrotado e renascido. A revolução ganhara outra bandeira: a da língua dela.


De volta ao presente


Despertamos no quarto como se o tempo tivesse feito uma curva em nosso colchão. O relógio marcava meia-noite. Mas havia mordidas frescas em seu pescoço, resquícios de areia egípcia nos lençóis, vestígios de tinta francesa sob suas unhas — e um leve aroma de couro imperial e sêmen ainda pairava no ar.


A ela, os corpos. Os delírios. Os amantes de cada época.


A mim, restava o prazer da memória — o gosto irreal e intenso de tê-la visto viver todos os séculos com a boca, a vulva, a pele. E com isso, a missão secreta e inevitável de escrever tudo. Transformar suas aventuras em contos ardentes, dar forma ao fogo em palavras. Recriar, em páginas molhadas de desejo, o que o tempo nos fez gozar.


— “Amanhã… quero ser de Napoleão .” — disse com um sorriso impuro nos lábios, enquanto o relógio voltava a brilhar em silêncio sobre a cômoda.


 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação

siri contos eróticos

ChatGPT Image 10 de jul. de 2025, 15_23_32.png

©2023 por siri contos eróticos. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page